1 de dezembro de 2016


ENSINO HÍBRIDO



Ensino Híbrido é um modelo de educação formal que se caracteriza por mesclar dois modos de ensino: o on-line, em que geralmente o aluno estuda sozinho, aproveitando o potencial de ferramentas on-line que podem inclusive guardar dados individuais dos alunos sobre características gerais do seu momento de estudo (acertos, erros, correções automáticas de suas atividades, tempo total de estudo, conteúdo estudado, dentre outros); e o off-line, momento em que o aluno estuda em grupo, com o professor ou colegas, valorizando a interação e o aprendizado coletivo e colaborativo.
Na parte on-line, o aluno possui controle sobre algum elemento do seu estudo, como o tempo, o modo, o ritmo ou o local. Por exemplo, o aluno pode estudar na escola, em sua casa, no laboratório de informática, na biblioteca ou mesa do pátio da escola. Ele pode fazer pesquisa em livros, em seu celular, em um computador ou usando um tablet. Pode estudar sozinho, em grupos ou somente pedir ajuda a alguém quando se sentir necessidade. O que importa na parte on-line é o aluno ter controle sobre parte de seu estudo, tomando decisões que favoreçam sua autonomia. Aqui, valoriza-se principalmente a relação existente entre alunos e tecnologia, sendo esta uma ferramenta utilizada pelos alunos para a construção do conhecimento.
 Já a parte off-line deve ser realizada na escola e pode ter vários momentos diferentes: o aluno estudando em grupos ou com a turma toda, com ou sem a presença fixa do professor, ou até mesmo em momentos individuais. O ponto forte dessa parte é a valorização das relações entre professor e alunos e entre alunos e alunos. Todos os momentos estarão conectados a um objetivo central que é o objetivo de aprendizagem da aula.
 Nesse sentido, a ideia é que a parte on-line e o off-line se conectem e complementem, proporcionando diferentes formas de ensinar e aprender um determinado conceito. Os dois momentos devem buscar um objetivo central em comum, sendo que cada pequena parte desses dois momentos terão características próprias de modo que se complementem e ofereçam diferentes formas de aprender e ensinar algo.
 OS MODELOS DE ENSINO HÍBRIDO
Dentro do Ensino Híbrido há alguns modelos de ensino que são divididos entre duas categorias: os modelos sustentados, que conservam algumas características do ensino considerado tradicional; e os modelos disruptivos, que rompem com as características do formato de escola que mais temos hoje. Nesse texto serão abordados somente os modelos sustentados por considerá-los mais passíveis de serem aplicados à realidade brasileira pelas suas características.
O modelo de rotação por estações tem uma ideia semelhante aos “cantos” da pedagogia e educação infantil / ensino fundamental I, em que o espaço é dividido em estações de trabalho, cada uma com um objetivo específico, mas todos ligados ao objetivo central da aula. Como é um modelo de Ensino Híbrido, pelo menos uma das estações deve ser a de trabalho on-line, com alguma ferramenta com conexão à internet sendo utilizada pelos alunos. Após um determinado tempo pré-estabelecido, os alunos devem rodar entre as estações, passando por todas elas até o final da aula. Por isso, elas não podem ser dependentes uma das outras, pois se os alunos começarem por uma estação que depende de outra estação prévia, eles não conseguirão alcançar o objetivo da mesma. As estações devem, portanto, ser independentes, com começo, meio e fim intrínseco a cada uma e com objetivos passíveis de serem alcançados no tempo estipulado para a rotação. O professor pode formular quantas estações ele desejar: o que importa é que o tempo total de cada estação deve ser suficiente para que os alunos realizem as atividades propostas e alcancem o objetivo de cada estação.
 O modelo laboratório rotacional consiste em dividir os alunos em apenas dois espaços de trabalho, sendo um deles o laboratório computacional para a realização da(s) atividade(s) on-line. O outro espaço pode ser determinado pelo professor, devendo ser prioritariamente a sala de aula (isso depende do professor; se o professor for de laboratório de ciências, por exemplo, sua “sala de aula” será o laboratório de ciências; se for de educação física, sua “sala de aula” provavelmente será um espaço externo a sala de aula, onde alunos podem realizar atividades físicas adequadamente). Assim como no modelo de rotação por estações, há um tempo fixo de permanência dos alunos em cada um desses espaços estipulado previamente. Após decorrido esse tempo, os alunos devem alternar entre os dois espaços: quem estava no laboratório de informática se dirige para o outro espaço escolhido pelo professor e vice-versa. Os dois momentos também devem ser independentes, caso contrário os alunos podem sentir dificuldades em iniciar um deles.
O modelo rotação individual é muito semelhante ao rotação por estações, mas nele os alunos têm roteiros individuais elaborados pelo professor e fazem rotações seguindo esses roteiros personalizados. Eles não devem necessariamente passar por todas as estações, mas devem passar por aquelas que fazem sentido para sua aprendizagem, considerando o nível de conteúdo em que se encontram, suas dificuldades e a forma como aprendem melhor.
sala de aula invertida é o último modelo. Ela consiste em três momentos diferentes: primeiro, o aluno estuda o conceito que será visto na escola antes da aula, se preparando para as atividades que serão realizadas. Esse estudo pode ser feito baseado em referências pesquisadas pelos próprios alunos ou em referências selecionadas pelo professor que podem ser complementadas pelos alunos.
 O segundo momento é o momento da aula, em que os alunos usarão os conceitos aprendidos previamente para construir com o professor a aula, aplicando o que aprenderam e participando ativamente da mesma. Nesse momento, o professor passa a atuar como um supervisor daquilo que foi aprendido pelos alunos, buscando identificar pontos estudados e validar informações obtidas pelos estudantes.
 O terceiro e último momento é o posterior à aula, em que os alunos poderão aprofundar o que foi estudado em um local externo à escola, buscando mais informações para complementar aquilo que estudaram na aula. Esse momento é importante para alunos solidificarem sua aprendizagem e buscar assuntos ligado ao tema que sejam de seu interesse.
 Esse último modelo desenvolve bastante a autonomia dos alunos, tornando-os ativos na construção do conhecimento. É necessário que o professor trabalhe a conscientização da importância buscar, selecionar e compreender informações usando os meios digitais, ensinando cada um desses passos aos alunos. Somente assim terá resultados elevados com um número alto de alunos.
É importante lembrar que para aplicar qualquer um desses modelos de ensino híbrido é necessário que o professor planeje sua aula considerando cada um dos momentos característicos de cada modelo e o que cada aluno ou grupo de alunos estará fazendo em cada momento (se estarão sozinhos ou em grupo, em atividades de pesquisa, teórica ou prática, em atividades on-line ou off-line), o que o professor estará fazendo em cada um dos momentos (se estará fixo em uma estação ou livre para circular entre as estações) e a dinâmica da aula como um todo.
 Mesmo esses modelos usando espaços já usados pela educação formal realizada na maioria das escolas, há uma mudança na postura dos alunos, do professor e da própria escola em si. O processo de apropriação de todos os atores envolvidos na nova dinâmica de ensino não é construído de uma hora para a outra; é necessário um tempo de acomodação após a ruptura no modelo de ensino usado há mais tempo. Persistência, dedicação, abertura a mudanças, um bom planejamento do professor e posturas abertas dos alunos são fundamentais para o sucesso de atividades nesses modelos que exigem maior interação com seus colegas, professores e até mesmo com a tecnologia digital.












































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